Nueva Canción
Nos anos 1940s e 1950s, as artes latino-americanas se tornaram um campo de batalha e o folclore foi...
Nascido em Asnières-sur-Seine (França) em 1873 de pai francês e mãe inglesa, Barbusse iniciou sua vida literária a partir da premiação recebida no concurso promovido pelo jornal L'Écho de Paris. Em 1895, este prêmio converteu-se em seu primeiro livro de poemas, Pleureuses, que foi publicado pela Editora Charpentier. Diversas outras publicações de contos e poesias antecederam sua obra de maior sucesso, o livro Le Feu: journal d'une escouade (O Fogo: diário de um batalhão), de 1916, publicado pela Editora Flammarion. Barbusse havia se alistado voluntariamente na 1ª Guerra Mundial e, após ser ferido no campo de batalhas, escreveu suas memórias sobre o conflito, que obteve estrondosa repercussão pública e o Prêmio Goncourt daquele ano.
Um dos primeiros "romances de guerra" a ser publicado em solo europeu no século XX (sucedido por Eric Maria Remarque (1928), Ernest Heminghway (1930), entre outros), o livro popularizou Henri Barbusse internacionalmente. Foi publicado em inglês logo no ano seguinte (Londres, 1917 e Nova York, 1933), algumas traduções para o espanhol - muitas vezes mal identificadas e não amplamente distribuídas - existem nos anos imediatamente após a Primeira Guerra Mundial.1 Tal fato nos faz especular que a obra tão citada e referenciada de Barbusse tenha sido lida no original em francês.
A repercussão da obra como um manifesto sobre a banalidade da guerra e a defesa do pacifismo alavancou Barbusse na tarefa que o caracterizaria até sua morte: o compromisso do intelectual com as questões de seu tempo. O paralelo entre ele e Émile Zola era usualmente traçado por aqueles que resenhavam seus livros ou remontavam sua trajetória e tal associação o inseria definitivamente na genealogia dos dreyfusards. Do cárcere, Antonio Gramsci registrou: "O único livro francês que continua Zola é O Fogo, de Barbusse, porque a guerra fez renascer na França uma certa fraternidade".2 Não deve ser por coincidência que, entre suas obras, Henri Barbusse tenha biografado o escritor francês em seu livro Zola, de 1932.
Imbuído do pacifismo deste imediato pós-guerra, Henri Barbusse articula a fundação do movimento Clarté (1919-1921), ou Internacional do Pensamento, seguido pela criação da Revista Clarté (1921-1928), em companhia de Romain Rolland, Anatole France e outros. Inserida nas tensões da adesão à III Internacional e do surgimento do Partido Comunista Francês (PCF), a revista se aproximou do bolchevismo e da defesa da revolução, sem aderir, contudo, explicitamente. Sob o mote da "constituição de uma internacional de intelectuais", o grupo logrou "reunir contra a guerra as elites do mundo todo, os homens de "boa vontade" e progressistas, sem distinção de tendências ou escolas."3
A difusão do empreendimento Clarté na América Latina é impactante, haja vista a profusão de experiências Clarté ou Claridad surgidas no Brasil, na Argentina, no Chile e no Peru no início dos anos 20. Existem pouquíssimas referências à existência de um Grupo Clarté nos Estados Unidos, contudo não foram encontradas referências bibliográficas ou fontes sobre ele. Vários destes empreendimentos derivaram do contato pessoal dos intelectuais sul-americanos com Barbusse, como Maurício de Lacerda, no Brasil e José Carlos Mariátegui, no Peru. Peter Gold atribui as diversas experiências Clarté no continente aos contatos de Mariátegui: "Mariategui was in no small measure responsible for making known the work of Barbusse and the Clarté movement throughout Latin America."4 Já Moraga Valle entende que a revista peruana se inspirou na chilena, por conta dos contatos do aprista Haya de la Torre com o grupo santiaguenho.5 As trocas entre os empreendimentos latino-americanos são relevantes e merecem ser estudadas com atenção, mas não se pode desprezar a prolífica troca de correspondência de Henri Barbusse e Romain Rolland com inúmeros intelectuais latino-americanos, que podem ter servido de inspiração para a constituição de uma rede. Romain Rolland manteve intenso diálogo epistolar na década de 20 com Gabriela Mistral, José Ingenieros, Haya de la Torre, etc. O artigo de Fábio Moraga Valle investiga mais detalhadamente a profusão de empreendimentos Claridad que incluíram o México e a Guatemala e conclui que apesar de terem promovido o debate de temas comuns (questões nacionais, latino-americanas e internacionais), os grupos não lograram articular uma ação coletiva transatlântica.
Henri Barbusse aderiu ao comunismo em 1923 e acirrou sua militância em torno do papel do intelectual na sociedade. O livro Manifeste aux intellectuels, de 1927 pontua o vínculo entre a Rússia soviética e o papel dos escritores. Com a mudança na linha editorial da Revista Clarté, que aderiu à dissidência trotskista em 1928, Barbusse decide iniciar um novo empreendimento de mobilização intelectual internacional. O jornal Monde (1928-1935) deu continuidade às atividades da Revista Clarté e, da mesma forma, circulou intensamente nos países do Cone Sul. É o que se pode ver, por exemplo, com o ressurgimento do periódico Monde no Uruguai, em 1936, pela iniciativa do intelectual comunista Pedro Cerruti Crosa.
Entre os nomes que compunham o comitê diretor do jornal Monde francês estava o do socialista argentino Manuel Ugarte. Notório militante anti-imperialista, Ugarte exilara-se por longo tempo na França, onde travara contato com Henri Barbusse. As evidências epistolares indicam que Ugarte foi responsável por diversas conexões entre Henri Barbusse e intelectuais do Cone Sul. Em busca de expandir o movimento contra a guerra e o fascismo pelo mundo, Barbusse pediu a Ugarte nomes e endereços de intelectuais latino-americanos para os quais ele pudesse disseminar a proposta de mobilização. Este expediente era comumente utilizado para a divulgação de ideias via correspondência, como se pode notar pela carta enviada a Carlos Quijano. Até janeiro de 1933, Manuel Ugarte escreveu em Monde sobre a situação política latino-americana sob o jugo do imperialismo.
O contato do argentino Aníbal Ponce com este grupo de intelectuais franceses se insere numa rede de relações que também envolve a figura de Manuel Ugarte. Uma carta de Barbusse demostra a intenção do escritor francês de entrar em contato com o argentino por conta de sua importância para a mobilização na América Latina: "... uma personalidade como Aníbal Ponce, com a qual é absolutamente necessário que estabeleçamos relação, não é comunista e ele parece ser um dos mais importantes intelectuais da América Latina. Eu vou escrever a Aníbal Ponce uma carta que eu te enviarei. Eu acho que isto poderá começar as coisas."6
Aníbal Ponce respondeu positivamente ao apelo de Barbusse para a articulação do movimento contra a guerra e o fascismo, já que ele passou a liderar o movimento sul-americano, tornando-se presidente do Congresso Latino-americano Antiguerreiro de Montevidéu, realizado em 12 de março de 1933. Em fins de 1934, Ponce viajou para a Europa e participou do Congresso Mundial de Estudantes, reunido em Bruxelas no fim de dezembro de 1934, e das reuniões preparatórias do I Congresso de Escritores de Paris. Ponce conheceu a URSS em fevereiro de 1935 e ainda neste ano voltou para a Argentina, dando início às articulações para a fundação da Agrupação de Intelectuais, Artistas, Periodistas y Escritores (AIAPE). A partir deste percurso, verifica-se que Aníbal Ponce esteve próximo dos projetos de internacionalização da luta intelectual contra o fascismo que acabou culminando com a criação da Associação Internacional pela Defesa da Cultura (AIDC).
A AIAPE argentina, fundada por Ponce em 1935 e sua homônima uruguaia - criada por um grupo de intelectuais, em 1936, a partir da CTIU (Confederación de Trabajadores Intelectuales de Uruguai) fizeram parte da ampla mobilização contra o fascismo nos países do Prata. No Brasil, associações também foram criadas como um braço cultural da Aliança Nacional Libertadora (ANL), uma articulação da Frente Popular no Brasil; de maneira geral, as agrupações de intelectuais estiveram apoiando a criação das frentes populares em seus países. Nos Estados Unidos, a mais proeminente organização antifascista no entre-guerras, alavancada pelo Partido Comunista (PCUSA) foi a American League against War and Fascism (ALAWF - Liga Americana contra a Guerra e o Fascismo), criada por ocasião da visita de Henri Barbusse ao país, em 1933, como veremos posteriormente.
A historiografia enfatiza o papel da intelectualidade francesa na inspiração para a atuação da luta antifascista no Cone Sul, sobretudo o Comitê de Vigilância de Intelectuais Antifascistas (CVIA) em Paris em 1934. Em paralelo, as associações de escritores deram origem aos Congressos de Escritores pela Defesa da Cultura (Paris, 1935 e Espanha, 1937) e a Associação Internacional pela Defesa da Cultura (AIDC), que obtiveram significativa participação de sul-americanos e estadunidenses. Porém, no caso dos Estados Unidos, Henri Barbusse e sua militância não parecem ter servido como inspiração de mobilização de forma tão intensa como nos países do Cone Sul. Na publicação da ALAWF, intitulada Fight! Against War and Fascism (1933-1939), Barbusse contribuiu com poucos números e sua morte, em 1935, passou praticamente desapercebida.
Para todas estas instâncias de mobilização internacional, desde as expectativas de criação de uma internacional do pensamento, nos anos 1920, até a articulação da Associação Internacional pela Defesa da Cultura (AIDC) podemos encontrar uma maior ou menor referência, direta ou indireta, à figura de Henri Barbusse como inspirador e catalisador dos movimentos.
O Congresso de Amsterdam de março de 1932 foi uma ação da Internacional Comunista (IC), organizada em torno da ameaça de invasão da Manchúria por parte dos japoneses; a defesa da URSS contra o imperialismo nipônico vinha mesclada com libelos pacifistas e, ao mesmo tempo, com uma mobilização antifascista focada no regime italiano. Este Congresso de Amsterdam foi convocado pelos escritores Henri Barbusse e Romain Rolland, que lançaram apelos à intelectualidade mundial. Este foi um chamado definitivo para o início do envolvimento dos intelectuais nas lutas travadas pelos comunistas, que haviam sido alijados das lutas políticas da esquerda pelas estratégias sectárias da Internacional Comunista.7
Mais tarde, em 4 e 5 de julho de 1933, outro encontro realizado na Sala Pleyel, em Paris, visava a dar continuidade ao que fora discutido no Congresso de Amsterdam. Com a vitória de Hitler na Alemanha, outras preocupações surgiram na pauta do movimento. As atividades provenientes destes encontros deram origem ao movimento intitulado Amsterdam-Pleyel, que atuou intensamente na luta contra o fascismo nos anos seguintes.
No momento da organização do Congresso de Amsterdam, em 1932, Henri Barbusse tomou a dianteira da articulação nacional e internacional entre os intelectuais. O testemunho de Annette Vidal, secretária pessoal de Barbusse, relata que, por casualidade, a tarefa ficou concentrada nas mãos de Barbusse, que cumpriu uma tarefa epistolar quase hercúlea para lograr responder todos os pedidos de informação.
Todos os textos que popularizaram a ideia do Congresso pediram para enviar diretamente as adesões e pedidos de informação a Henri Barbusse. [...] Responder individualmente a todas as cartas era coisa impossível, não respondê-las, impensável. Barbusse decide então ditar por telefone a Paris, para a ARAC [...] modelos de carta aos quais, em post-scriptum, nós pudéssemos responder às questões individuais colocadas pelos correspondentes. [...] De manhã o carteiro chegou com um verdadeiro carregamento de cartas. O dia inteiro se passou a responder as questões individuais e Barbusse passou a tarde inteira a assinar as cartas. Sentado à sua mesa, quando a assinatura estava posta, ele levantava ligeiramente a mão, eu retirava a carta assinada e Barbusse, incansavelmente, agregava sua assinatura ao pé da carta e, conforme o caso, algumas palavras de informação sobre o Congresso.8
A narrativa acima oferece pistas para explicar a vasta rede de contatos de Barbusse com a intelectualidade mundial. Por um lado, a articulação teria ficado, propositalmente ou não, centralizada em sua pessoa; em um segundo aspecto, Barbusse teria mesmo despendido um enorme esforço em se corresponder com cada indivíduo que havia se endereçado a ele, oferecendo a necessária pessoalidade inerente às correspondências.
O movimento Amsterdam-Pleyel no Cone Sul se materializou na realização do Congresso Latino-americano Antiguerreiro, em março de 1933 na cidade de Montevidéu. Ali se reuniram operários, militantes, sindicatos e alguns intelectuais em torno da Guerra do Chaco, em curso naquele momento, envolvendo a Bolívia e o Paraguai. Neste contexto, foi anunciada uma visita da comissão de investigação do Comitê contra a Guerra e o Fascismo para a averiguação da situação na região, em 1933, com a presença de Henri Barbusse.
Contudo, esta visita não chegou a acontecer, apesar das insistências e convites por parte de militantes e intelectuais, como se pode verificar na carta de Luiz Carlos Prestes. A ausência de uma rede confiável de militantes no continente era uma das razões pelas quais Barbusse não compareceu ao encontro de Montevidéu e também não enviou a Comissão de Investigação que tinha sido anunciada. Justificou sua atitude com o seguinte comentário: "Parece-me indispensável começar pelo começo, quer dizer, estabelecer ligações seguras, antes de pensar em realizar iniciativas tais como a Comissão de Enquete na região do Gran Chaco ou como [a presença de] uma delegação em um congresso importante."9
Em 1935, esta expectativa ganhou força e foi anunciada na imprensa, sobretudo comunista. A vinda de Barbusse ao Brasil e à Argentina foi articulada pela intermediação da militante Étienne Constant, responsável por ajudar a disseminar o movimento na América Latina.
O jornalista brasileiro Moacir Werneck de Castro, por carta, afirmava: "Eu insisto uma vez mais em sua viagem ao Brasil. Estou certo de que nós faremos todo o possível para prepará-la. Você será acolhido com o entusiasmo que sua corajosa ação tem sempre despertado nos intelectuais sinceros e nas gerações jovens"10. Quanto à Argentina, Annette Vidal fazia algumas exigências mostrando que os planos de visita estavam mais avançados. Entre outras preocupações, Annette temia pelo clima de repressão policial na Argentina, que poderia impedir o escritor de se pronunciar publicamente; temia também por sua saúde, abalada na viagem aos Estados Unidos.
A programada viagem de Barbusse à América do Sul não ocorreu devido à sua morte em 30 de agosto de 1935 em Moscou. Este fato desencadeou forte reação entre a intelectualidade do Cone Sul. Na AIAPE argentina um funeral cívico foi realizado nos primeiros dias de setembro de 1935; na CTIU uruguaia e no Clube de Cultura Moderna ocorreram na mesma época sessões públicas de homenagem, tendo Henri Wallon participado do evento no Brasil. Neste país ainda, circulou um relato testemunhal dos funerais de Barbusse em Moscou; Osório César, o psiquiatra comunista, encontrava-se na URSS por ocasião de um congresso médico e narrou, por correspondência para o jornal A Manhã, a pompa e reverência com que o corpo do escritor fora velado entre os soviéticos: "E Moscou acaba de consagrar aos restos mortais do escritor francês honras... não ouso dizer régias. Parece que a URSS chora a perda de um herói nacional..."11
A frustrada visita de Barbusse à América do Sul em 1933 não ocorreu também por outros motivos. Ele optou por realizar uma turnê nos Estados Unidos, com o objetivo de arrecadar fundos para o Comitê de Luta contra a Guerra e o Fascismo e participar do I Congresso contra a Guerra e o Fascismo, ocorrido em setembro daquele ano.
A viagem de Henri Barbusse aos Estados Unidos é bem pouco referenciada pela historiografia. Um relatório elaborado pelo escritor, intitulado "Tournée en Amérique" e localizado nos arquivos do PCF12, em Paris, nos dá algumas pistas das dificuldades enfrentadas por Barbusse em sua militância naquele país.
Ele fora convidado a participar do Congresso do Comitê Americano contra a Guerra e o Fascismo13 (ALAWF), ocorrido em Nova York nos últimos dias de setembro de 1933. Aproveitou para fazer uma turnê por diversos estados (NY, Filadélfia, Washington, Baltimore, Pittsburgh, Erie, Cleveland, Detroit, Chicago, Boston, Newhaven); segundo ele, participou de mais de 40 reuniões, com os intelectuais da revista New Masses, com o Clube Clarté, Liga dos Direitos dos Negros, entre outros grupos. Seus objetivos principais eram ajudar a articular o movimento contra a guerra e o fascismo nos Estados Unidos, logrando a vinculação do movimento local com o movimento mundial e arrecadar fundos para a organização, a partir de patrocinadores simpatizantes e da coleta de fundos em suas palestras. Em nenhum dos casos a viagem foi bem sucedida, como veremos a seguir.
As dificuldades enfrentadas por Barbusse tiveram início no momento de sua entrada nos Estados Unidos, ainda na imigração. O escritor e sua secretaria, Annette Vidal, foram detidos na fronteira após o autor ter "admitido que era comunista", o que causou uma reação do funcionário e uma relativa demora na autorização de sua entrada. Tom Mann, um reconhecido líder sindical britânico, acompanhava Barbusse e já havia tido seu visto negado pela embaixada em Londres. Após a consulta ao responsável pela imigração da Ilha de Ellis, a trupe foi autorizada a ingressar nos Estados Unidos.
Este gesto desencadeou diversas análises pela imprensa estadunidense, entre elogiosas e críticas, que envolveram o caráter do estado sob o New Deal de Roosevelt. Um editorial do St. Louis Post Dispatch, de 3 de outubro de 1933, recuperou o histórico de intelectuais comunistas barrados na fronteira dos Estados Unidos: o político indiano-britânico e membro do Partido Comunista e do Parlamento Shapurji Shaklatvala em 1925; Alejandra Kollontai, em 1926, que apenas passava e não foi autorizada a "tocar o solo" americano, quando à caminho do México. Concluiu que a ação mostrou "a tolerância do New Deal com hóspedes do exterior". O editorial do jornal afirma ainda que "Teria sido igualmente um absurdo não deixar Henri Barbusse, escritor francês, que engrandeceu a literatura com uma das representações mais gráficas dos horrores da guerra. Após ter sido detido no porto por várias horas semana passada, ele foi admitido."14
Outros jornais alertavam para os riscos inerentes à entrada de Barbusse no país, pois poderia mostrar "o apelo que a teoria [comunista] pode ter ao pensamento liberal ao colocar o dano causado pela guerra e pelo capital à frente da lista dos males do mundo", admitindo, ainda, que Barbusse iria contra a ordem social implantada nos Estados Unidos e que, portanto, o agente da imigração agira "prudentemente" ao impedi-lo de entrar. O editorial ainda chamava de Barbusse de "Comunista Pacífico", de forma irônica. Este termo pode indicar múltiplos entendimentos sobre Barbusse naquele contexto. Por um lado, associando seu nome ao abrandamento da periculosidade do comunista, por seu caráter intelectual e não beligerante; de outro, o epíteto faz referência à sua luta pelo pacifismo e sua trajetória como escritor da Primeira Guerra Mundial, além da mobilização contra a Guerra e o Fascismo naquele momento.15
O Primeiro Congresso Contra a Guerra e o Fascismo, realizado nos Estados Unidos, ocorreu entre 29 de setembro e 1 de outubro de 1933. A imprensa noticiou que houve entre 2500 e 3000 delegados "representando o mais variado grupo nunca antes reunido em um encontro pela paz, com religiosos esfregando os cotovelos com comunistas, o Industrial Workers of the World e o American Federation Labor nos mesmos comitês, misturados aos liberais, veteranos e agricultores."16 Outras fontes afiram que 11.000 pessoas compareceram ao evento, o que teria causado grande confusão no tráfego da região.17
A avaliação de Barbusse, relatada na carta "Tournée en Amérique" é, inicialmente, otimista: "Não há dúvida de que, no momento atual, uma grande agitação foi criada na parte mais viva e ativa dos Estados Unidos, que muitos marcos foram estabelecidos e que nossos camaradas têm diante de si possibilidades consideráveis de ampliação e de fortalecimento do Movimento de Luta contra a Guerra e o Fascismo. Isto parece tanto ainda mais plausível já que o povo americano é em geral extremamente aberto, muito mais livre da tradição do que se pensa, e que, bem orientados, podem fazer progressos muito rápidos e decisivos.
Apesar das altas expectativas de Barbusse sobre o movimento nos Estados Unidos, dois problemas foram levantados. O primeiro deles fazia referência ao fato de que a Liga Americana contra a Guerra e o Fascismo não se entendia como um desdobramento do movimento mundial; sua adesão ao Manifesto de Amsterdam (1932) era, nas palavras de Barbusse, apenas "um tipo de afiliação ideológica, um paralelismo nos tipos de ação, o que não significa a ligação de uma organização nacional a uma organização internacional". Ou seja, a organização dos Estados Unidos possuía afinidade com os propósitos do Movimento Mundial contra a Guerra e o Fascismo, mas não se considerava subordinada a ele. Outro problema tratou dos recursos arrecadados com a viagem; apesar de ter logrado coletar uma boa soma de dinheiro, Barbusse alega ter gasto quase tudo com a própria viagem e com a divisão entre os comitês locais. Na carta, o escritor conclui: "Minha viagem, salvo um evento imprevisto que ainda possa ocorrer, terá sido nula com relação a uma concessão dos Estados Unidos ao Movimento Mundial de Combate à Guerra e ao Fascismo".
Tanto no caso do Cone Sul quanto nos Estados Unidos, o movimento contra a Guerra e o Fascismo foi inspirado pela iniciativa de Barbusse, suas cartas, textos e manifestos. No entanto, isso não significou um controle estrito das organizações americanas; pelo contrário: estas mostraram relativa autonomia em relação aos movimentos europeus e à coordenação soviética, representada indiretamente pela figura de Henri Barbusse. Estes eventos comprovam, mais uma vez, que a luta contra o fascismo nos países americanos foi marcada, em maior grau, por tradições políticas locais.
As diversas reflexões surgidas na imprensa em torno da figura de Henri Barbusse retomam sua condição de intelectual engajado. Nas narrativas biográficas, em sua descrição física e na repercussão de suas falas e obras é possível perceber uma concepção de intelectual partilhada e, ao mesmo tempo, tornada modelar para a atuação de seus pares.
A força do empreendimento Clarté fica evidente no Cone Sul, especialmente na recuperação biográfica de Barbusse por ocasião de sua morte, em agosto de 1935, quando os ideais da revista foram retomados e os textos dos anos 1920 republicados. Nos Estados Unidos, a iniciativa da "internacional do pensamento" não repercutiu tão fortemente quanto a publicação da obra "Under Fire", por meio da qual o autor era referenciado. Ao lado dos inúmeros artigos, a morte de Barbusse fez florescer textos opinativos na imprensa nos quais sua trajetória foi analisada; desses textos se podem abstrair alguns pontos importantes a respeito da atuação do intelectual.
O traço comum mais evidente às análises trata da valorização da experiência de metamorfose vivenciada pelo escritor: do escritor frívolo ao crítico. A trajetória apresentava como ponto de inflexão a Primeira Guerra Mundial, que propiciara a vivência necessária para o reconhecimento do "verdadeiro" caminho do intelectual. A valorização deste "tránsito de consciencias"18 estava relacionada à trajetória dos intelectuais antifascistas como um todo, dos quais se esperava o "abandono da torre de marfim" e o alinhamento nas lutas políticas.
A trajetória intelectual e política de Henri Barbusse foi retomada por militantes de diversas tendências - socialistas, comunistas e liberais; as análises exaltavam distintos pontos de sua experiência, variando segundo a orientação política do autor. Os periódicos socialistas argentinos Izquierda, crítica y acción socialista e Claridad referiam-se a Henri Barbusse como socialista. Este fato mostra que o engajamento comunista de Barbusse não era evidente para os intelectuais. Um ponto comum às análises foi a interpretação da trajetória de Barbusse a partir de metáforas como "claridade", "resplendor", "iluminação", em uma segura referência à revista Clarté, mas também ao papel do intelectual como guia e farol para o esclarecimento das consciências. O escritor socialista uruguaio sintetiza essa associação: "... no en balde, [Henri Barbusse] encontró en el significado del vocablo CLARIDAD, su divisa, y en un yunque, sobre el cual se abría un chisporroteo de luz de estrellas su símbolo!"19
Para as vozes comunistas, o papel de Barbusse ia além desta concepção ilustrada de guia e farol para o esclarecimento das consciências. Tratava-se de valorizar, no percurso do escritor, o engajamento direto nas lutas políticas, a ida ao campo de batalha, para, a partir deste movimento, o intelectual poder reocupar seu papel de paladino de uma nova consciência. Carlos Lacerda, em seu discurso sobre Barbusse, valorizou o homem de ação, "o homem que fugindo às posições e ao conforto, saia do gabinete de estudo e descia até o povo, o povo que ele amava e que ele queria libertar deste presente confuso e odioso."20 Mesmo entre os escritores de centro-esquerda, como o aiapeano argentino Alberto Gerchunoff, o duro contato com a realidade foi exaltado no percurso intelectual de Barbusse: "Lo que sufrió en las trincheras, la visión de muchedumbres inmensas hechas carne muerta, carne heroica y estúpidamente muerta y amasada en lodo, le dio la noción de su magistratura mundial y le indujo a trasformar su oficio en milicia."21 Na imprensa estadunidense, o percurso é semelhante: "Uma vez ele foi um soldado na França durante a Guerra Mundial. Ele segura a "Cruz de Guerra". Mas essa fase de sua vida está no passado. Agora ele é um soldado que luta pelo internacionalismo e pela paz mundial."22
Uma crônica do brasileiro Álvaro Moreyra23 resgata poeticamente este aspecto da vida de Henri Barbusse, por meio do qual o escritor fora retirado de seu isolamento e lançado para o meio da rua, a realidade social, o que marcara sua militância. O texto recupera um trecho do livro L'Enfer (1908) que narra a chegada de um homem, que, cansado de viagem, encerra-se em um quarto de hotel:
As luzes da cidade se acendem. Pelas frestas da janela elas entram no quarto. O homem se levanta. Escancara a janela. Debruça-se. "É com certeza do gesto eterno dos que estão sozinhos, dentro de um quarto".
Esse homem era Henri Barbusse. Henri Barbusse se debruçou na janela. O quarto era a vida.
A janela foi a guerra. [...]
O homem cansado do pequeno hotel se esqueceu da viagem e do passado.
Ficou na rua, infatigável, clamando, aclarando.
A morte que trouxe da guerra enfim o carregou.
Foi-se embora.
Mas falou tão alto que as suas palavras ficaram ecoando.
Um segundo aspecto do percurso de Barbusse valorizado pelos discursos e textos dos intelectuais antifascistas trata-se da comunhão entre vida e obra, entre ação e pensamento. Hermes Lima declarou: "Seus dotes de escritor estiveram de tal maneira vinculados à sua ação social que não há como nele distinguir o revolucionário do romancista."24 O discurso de Aníbal Ponce no funeral cívico de Barbusse narra, inclusive, o que se pode entender como certa mescla entre o personagem de seus romances e ele mesmo, o velho soldado com uniforme de guerra a lutar contra o fascismo: "Su amistad generosa me había concedido un puesto a su lado, y al escucharlo así, tan cerca de mi cariño y de mi admiración, se me antojó que vestía de nuevo el capote gris y el casco de guerra: tal como lo veíamos siempre los que en El fuego aprendimos a reflexionar sobre la guerra; tal como lo tenía yo cuando muchacho, entre los retratos de mi pieza de estudiante".25
A valorização do aspecto militar de Henri Barbusse foi especialmente destacada nos textos da imprensa dos Estados Unidos. O fato de um homem, fragilizado fisicamente, alistar-se forma voluntária e aos 40 anos para integrar um regimento de homens comuns na Primeira Guerra Mundial parece ter ecoado como um grande ato de bravura para a sociedade daquele país.26 Chamado de "Poilu", termo usado em referência aos membros da infantaria francesa da guerra, histórias com detalhes precisos de sua permanência no conflito eram disseminadas: "Ele foi ferido no front três vezes, mas insistiu sempre em voltar. A ele foi oferecida uma promoção, mas ele preferiu permanecer um soldado comum."27
Joseph Freeman, o editor de New Masses que acompanhou Barbusse em toda sua turnê pelos Estados Unidos, enfatizou a contradição entre a força do "espírito" do escritor e a fragilidade física; doente, o francês discursou com febre e abatido seguidas vezes. A homenagem de Freeman, após a morte de Barbusse, procurou dar conta da conjunção de aspectos que faziam da personalidade de Barbusse um modelo: "Os sonhos do artista, a agonia do soldado, a fé, a razão e a vontade do comunista foram fundidos em um todo poderoso no cadinho de sua natureza intensa e nobre. Se você o viu mexendo milhares com sua mensagem revolucionária, ou conversando com um trabalhador individual ou veterano de guerra ou escritor, você não poderia deixar de pensar: há um homem, há um poeta, há um bolchevique."28
Esta composição entre a personagem de Barbusse e sua militância intelectual transformou-o em um símbolo da mobilização intelectual. Tal assimilação possibilita compreender, por exemplo, a presença de um cartaz com o rosto de Barbusse, pintado por Antonio Berni, na manifestação do 1º de maio de 1936 em Buenos Aires. O intelectual brasileiro Hermes Lima referenda esta associação: "Homenagens a Barbusse são homenagens à causa antifascista das liberdades e da cultura."29 A pequena nota na Revista Acadêmica possuía o mesmo tom: "E nós que queremos a vida, que queremos a vida para todos, continuaremos a gritar. E os nossos gritos significarão Barbusse também."30
Do intelectual engajado ao símbolo da luta antifascista, a trajetória de Henri Barbusse inspirou análises que levaram ao limite a idealização e exaltação do escritor francês. Proliferaram interpretações de sua vida que lhe atribuíam santidade ou mesmo inspiração cristã; parte desta análise pode derivar da obra de Barbusse, Jesus (1927), na qual o escritor recupera a trajetória humana do profeta. O cronista brasileiro Aluízio Barata o considera um "escritor místico", já que "Jesus, no espírito de Barbusse, dá a mão a Marx, e com ele se alia na mesma obra de renovação e de reconstrução sociais. [...] E esse ardor místico na defesa da Civilização é o que justamente estabelece simpatia recíproca entre o escritor genial e todos aqueles que sofrem e que trabalham." 31 Cipriano Santiago Vitureira, no Uruguai, interpreta o percurso do escritor pela mesma chave.32 Freeman, nos Estados Unidos, o descreve como "profeta e lutador".33 As comparações derivavam de algumas características atribuídas à trajetória política e intelectual de Barbusse: constância, anunciação, abnegação, pregação, como se vê na leitura de Alberto Gerchunof: "Henri Barbusse nació con ese instinto y vivió con ese designio. Fue un santo, es decir, un mensajero humano y un héroe.34
Estes sentidos dados à trajetória política e intelectual de Barbusse culminaram com manifestações de indivíduos ou associações pela continuidade de sua obra. Em todas elas, Barbusse foi reverenciado como exemplo da luta dos intelectuais contra a guerra e o fascismo. No Brasil, Roberto Sisson pela ANL, afirma, em telegrama ao Comitê Mundial de Luta contra a Guerra e o Fascismo, o "compromisso de que o seu exemplo permanecerá vivo entre nós, que nos inspirará e que nos ajudará a mantermos bem alta a nossa combatividade...".35 Na Argentina, em nome da AIAPE, Gerchunoff referenda "¿Quién lo supera encoraje magnífico y quien no le dará tributo de gratitud? Henos aquí para hacerlo."36 Também no Uruguai, Ballesteros indica: "Es sano y es reconfortante poder expresar lo que, en síntesis ejemplar, significa este hombre, este arquetipo humano, en esta cumbre, una referencia de altura, para darle un norte al esfuerzo..."37 O percurso de Henri Barbusse foi considerado exemplar especialmente porque não apresentou ambiguidades. Ele representou, nas interpretações estudadas, um modelo de intelectual engajado de caráter arquetípico ou mesmo sagrado, nos quais os intelectuais do Cone Sul e dos Estados Unidos poderiam se espelhar enquanto inspiração, talvez inatingível, do que seria considerado um ideal de engajamento.
Os intelectuais das Américas viram em Barbusse um modelo de engajamento. Neste caso, para além do que se poderia considerar um problema de influência direta da intelectualidade francesa sobre os americanos, tratava-se de uma questão de identificação com a trajetória de personagens que tomaram a frente da mobilização internacional. Nos Estados Unidos, em menor escala, a trajetória do escritor como militar abnegado e resistente foi destacada, assim como a coerência entre sua vida e sua obra.
Com base nestas questões levantadas acima se pode pensar que a militância transatlântica de Henri Barbusse forjou-o como modelo de intelectual engajado. Com suas posições marcadas por certezas e suas ações motivadas pela vontade férrea de um militante comunista, o escritor simbolizou um modelo de engajamento que o aproximava de um santo ou de um mártir, este último reforçado por sua trágica morte.
Ver par ejemplo Enrique Barbusse, El fuego en las trincheras, (Madrid: Rafael Caro Raggio, 1917); Enrique Barbusse, El fuego: diario de un peletón, (Buenos Aires: s. e., s. d). Também se pode assumir que as primeiras traduções italianas (Il fuoco (Milan: Sonzogno, 1918)) circularam em países com fortes diásporas italianas, como o Brasil e especialmente a Argentina.
Antonio Gramsci, Cadernos do Cárcere (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001), 75-6.
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